quinta-feira, 17 de abril de 2014

Sujeito oculto: o amor


Não posso julgá-lo, ninguém pode, porque ele é abstrato, portanto não pode ser definido. Esse é o problema das pessoas, sempre tentando ter uma definição de tudo, como se ter uma explicação fosse acalmá-las de suas dúvidas. Não é assim, pelo menos não com ele. 
Ele não tem gênero, não se pode encaixotá-lo, colocar em uma prateleira específica, porque ele deve ser sentido. Digo mais, ele não foi inventado e sim surgiu da experiência humana de troca, ninguém resolveu colocá-lo no papel para ser descrito, dissertado. Cada um o sente a sua maneira, porque a bagagem do indivíduo vai fazê-lo existir e não o capricho de uma sociedade ou um mero escritor.
Quem pode tê-lo? Não sei se é possível usar essa expressão, mas posso dizer que desenvolve-se, é um exercício diário e são poucos que sabem oferecê-lo e em menor número aqueles que sabem recebê-lo. Alguns já estão tão acostumados a compartilhá-lo que acabam oferecendo àqueles que ainda não aprenderam a ser gratos por recebê-los, aí vem o sofrimento. Alguns até guardam para si por medo de distribuir algo tão precioso.
Mas, vou dar um conselho para vocês: também sou assim, mas me sinto melhor oferecendo-o do que guardando-o, porque a paz que me dá de saber que o fiz é maior do que o peso de ter me segurado sem ter dado a outra pessoa a oportunidade de se sentir amada.

sábado, 5 de abril de 2014

Montanha russa

Então chegou ao fim. Como esperado previsto pela razão. A gente se joga em algumas relações pelo mesmo motivo que andamos de montanha russa. É pelo desconhecido, pelo frio na barriga, pela vertigem, mas temos sempre certeza de uma coisa: todos saem vivos dela. É a experiência do quase morte, quase perigo e quando entramos, a única certeza que temos é que não vai ser tranquilo. É certo que nem todos saem ilesos, alguns saem enauseados, outros realmente vomitam. O fato é que, é preciso ter estômago forte quando se trata de montanhas russas e de amor.
Quando a gente já sabe, não temos o direito de chorar, apesar de nos permitir algo assim, mas dessa vez você não foi vítima. Esse é o momento de solidão, autoconhecimento, sofrimento sem colo de mãe, porque nessa você já está bem grandinha pra saber que o que começa errado não pode terminar bem. O único que pode escrever certo por linhas tortas é Deus e as linhas tortas quem dá é Ele, não é você que escolhe.
Só resta agradecer, pelos dias que a gente se sentiu feliz por nada, por saber que algo absolutamente não te pertence, mas te fez feliz por algumas horas, minutos, dias da semana. Não era pra ser, não podia ser e você já sabia. Podia ter preferido ficar na sua, se proteger dos perigos do coração, mas entre todas as cruzes da maturidade você escolheu a maior. Escalou cada centímetro daquela madeira e chegou no topo, cansada e um pouco arranhada, mas agora ela não volta mais porque já conhece. E como dizia Chico Xavier: "Isso também vai passar."