terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Tempo verbal limitado

Quem inventou o twitter não entende e não sabe expressar sentimentos. Não se pode resumir pensamentos, ideias, sentimentos em cento e quarenta caracteres. Onde já se viu uma rede social, inclusive muito usada para protestos e indignações, limitar o quanto e como devo falar?
Que saudade do tempo em que conjugávamos verbos e não twitts.

Eu twitto
Tu twittas
Ele twitta
Nós não sabemos mais conjugar no nosso tempo.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Pai de família

Um pai de família, trabalhador, sai de casa às seis da manhã e só retorna às dez da noite. Reparte suas dívidas com sua mulher, também muito batalhadora, com a vida dividida em plantões e folgas.
Como todo casal, tem o fruto do seu amor realizado em um filho homem que, agora crescido, frequenta a faculdade, como qualquer outro jovem.
Toda história, na sua capa muito perfeita, esconde algo, um porém e muitas mágoas. O que um desses membros de família deixou pra trás? 
O pai, hoje tão unido à sua esposa e filho, tenta compensar a família, já que foi fraco para assumir outra no passado. Existem frutos do amor e existem lições de vida, todos eles são filhos, o que vai diferenciá-los são as circunstâncias e o que você faz com aquele que Deus te confiou.
Esse pai, separou-se há muito de uma mulher com quem teve uma filha, atualmente, uma mulher. A distância acabou com o que poderia ter sido. Embora os tropeços da vida os tenha separado, não há nada pior do que a distância fraterna, aquela que faz o outro cair no esquecimento. A distância física também atrapalha, dói e rompe de maneira bruta, mas o estar longe no coração é muito pior.
O que essa filha e esse pai fazem, agora, depois de 30 anos de separação? Sabem da existência um do outro, se encontram nas festas de família, se chamam de pai e filha, trocam presentes, mas depois, nunca mais se procuram.
É simplesmente um :"Eu poderia até ligar pra saber, mas deixa pra lá." Acostumar-se com a ausência do outro é uma banalidade triste e, de vez em quando, a gente até se dá conta do que está fazendo ou do que deixou de fazer, mas deixar como está parece melhor.
A vida tem um humor que só os inteligentes sabem apreciar, a história de vida dessa filha com esse pai, nada mais é do que a repetição do que sua mãe vive com seu avô. E, conforme as gerações vão passando, a história vai se repetindo, talvez porque seja o destino ou até por falta de parâmetro na escolha desses pais pelas mães. Vai saber? Cada um tem a sua prova de fogo, talvez mudemos o roteiro de uma novela tão sofrida ou até nos acostumemos com ela.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O crime do amor compensa

Me considero uma mulher inteligente. A única coisa que ainda me emburrece é o amor.
É que o coração ainda insiste em ser meu inimigo, embora eu ainda seja sempre sua melhor amiga. Ele se aproveita da preferência que dou. Mas, quem disse que a gente é reconhecido pelo bem que faz?
Deixa, coração, pode me pisar, colocar armadilhas pra eu tropeçar. Eu sei que, um dia, ainda vou ter minha recompensa.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014











O mundo tá passando por um momento de grandes mudanças e, posso dizer com muita alegria, que são mudanças boas. Finalmente, o ser humano está tendo a oportunidade de ver manifestações de tudo que sempre foi tabu, e isso nos mostra que é hora da aceitação. Aceitação de si mesmo, aceitação do outro e que tá na hora também de se preocupar com coisas mais importantes no planeta.
Significa que existem questões muito gritantes e, que afetam a todos nós, enquanto estamos por aí julgando o outro e, sequer cuidamos das nossas próprias questões.
Essas atrizes, que fizeram essa sessão de fotos em protesto a favor de si mesmas, a favor da beleza e de ser mulher, estão aproveitando sua força na mídia e aceitação pelo público para representar tantas outras mulheres que não se gostam, não se aceitam, ou por força da ditadura da sociedade ou por quem tá sempre perto criticando.
A beleza vai muito além do que as pessoas pensam que é o comum ( vejam minha primeira postagem "Amar é normal"). Ainda bem que estamos saindo do normal e criando nossas próprias regras sem desrespeitar o outro, porque é isso que tá faltando: mudar e aceitar.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Coragem X Covardia: um jogo injusto.


Coragem versus covardia, eis o nosso campo a ser explorado. Por mais que essa possa ser uma rivalidade comum na vida das pessoas, vamos abordá-la dentro do sentimento mais complexo e procurado: o amor.
Não quero aqui fazer uma menção direta à guerra dos sexos, mas a verdade é que nos relacionamentos amorosos, as mulheres se jogam de um penhasco enquanto os homens, ainda estão colocando os pés de mansinho na água pra ver se é fria.
Pode parecer paradoxal, mas, ao mesmo tempo que, nós, mulheres, somos sonhadoras, também sabemos lidar muito bem com a realidade. Escolhemos quem merece nosso sofrimento e lágrimas, caso elas venham, escolhemos os defeitos que mais relevamos para conviver pelo "resto de nossas vidas" (ou enquanto isso durar).
Enquanto isso, eles demoram para entrar em um relacionamento sério, transformam dedicação e lealdade em um bicho de sete cabeças, mas insistem em dizer que são o lado racional da relação. E, no momento em que decidem que não dá mais pra ficar junto, esperam a mulher perceber ou até mesmo fazem com que ela decida. Parece até que o fato de não ter dado o primeiro passo vá perdoá-lo da responsabilidade do fim, e, na verdade o primeiro passo já foi dado por ele, só não houve o diálogo. Afinal, dialogar é com as mulheres, não é? Gostamos de uma "D.R", mas sabemos jogar limpo como ninguém.
Vocês não vêm histórias por aí de mulheres que não tinham coragem de terminar o relacionamento e esperaram por eles para perceber. Até porque eles são ruins em perceber sinais sutis. Quando a gente não quer mais, não suporta conviver com aquele incômodo, sabendo que o outro já não nos faz feliz.
Jogamos limpo no amor, mesmo que a sinceridade, nos dias de hoje, ainda não leve a vantagem ou não seja bem vista. Falamos tudo, abrimos nosso coração. E ainda assim, sabemos que para eles falta a maturidade de admitir o que fazem ou o que sentem.
Sexo frágil, sonhadoras, mas com um pé na realidade, que ainda nos faz acreditar que o momento do fair play, do jogo equilibrado vai chegar. Enquanto isso, vamos escolhendo entre defeitos pra jogar nossos corações e futuras tristezas.
E, no final, tudo bem dizer que eles não eram nada do que achávamos que era, só precisamos admitir que nem sempre foi o outro não mudou, nós é que mudamos e, talvez, tenhamos fantasiado o tal príncipe encantado.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014



"Além de tudo, mulher tem um buraco a mais para administrar." (Rita Lee)


Não adianta ser linda se não tiver um pouco de loucura. Rita Lee está aí para provar isso.
Invertida, pervertida, divertida e jamais convertida. Seja o que for, ser uma mulher, "mulherão" mesmo, sabe? É um pouco de tudo: ter a loucura na cabeça, um rosto gracioso, ser doce e ao mesmo tempo ser você mesma pra ninguém deixar de duvidar. Amem ou deixem-na, a mulher bem resolvida não abre mão de ter valores, raciocinar tudo que se passa ao redor e, principalmente de mudar de ideia.
Mutante, mulher, ovelha negra, todas numa só. E, conforme você envelhece, suas verdades afloram. Não é que gente velha perca o bom senso e fale o que quer, é que quando a gente já viu e viveu de tudo, fica de saco cheio de ser plateia morna.
Quem consegue descrever tão bem a diferença entre amor e sexo, sobrevive ao amor de um doce vampiro e já curtiu um banho de espuma, não precisa mais viver nos jardins da babilônia. Consegue sair de tudo numa boa e ainda pede desculpas pelo auê.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Cada livro é uma vida nossa na história do outro.

Como dica de leitura, deixo pra vocês os títulos: "O vendedor de sonhos" (Augusto Cury), "Todo dia" (David Levithan)

Livros sempre fizeram parte da minha vida. Entretanto, de uns tempos pra cá eles começaram a ser mais do que isso, tornaram-se uma companhia indispensável. Todo livro é uma forma que a gente encontra de entrar na vida do outro, mas sem invadí-la. 
Olhamos com respeito e muitas vezes nos identificamos, porque quando compramos um livro não esperamos dele só a história do outro, mas a nossa contada por alguém que nem faz ideia dos nossos medos, sonhos ou frustrações. Faz bem para o nosso ego ver uma história como a nossa sendo contada para milhares de pessoas sem sermos expostos. Não fazemos ideia que, em nossas prateleiras, temos biografias e não apenas contos e histórias. 
A leitura vicia, acalma, anima, nos dá coragem pra enfrentar mais um dia, afinal, sabemos que ainda existem loucos como nós, que buscam um mundo com mais leveza e talvez menos realidade, menos exatidão. A leitura é solitária e ao mesmo tempo solidária. Emprestamos um livro na esperança de que aquelas páginas levem algo de bom, inspirador e, principalmente, que traga mudanças para o outro. É impossível sair de um livro sem ser transformado.
Em uma sexta-feira à noite, minha mãe me chamou pra sair, ir à um barzinho, ver gente. E eu respondi: "Lá fora estão as pessoas, mas aqui dentro estão os livros." Nem sempre estamos com vontade de barulho, gente e flertes, apenas sossego, profundidade para nossos dias tão rasos de humanidade.
Páginas ainda me fazem voar e, enquanto eu puder visitar vidas, histórias e fazer delas minha bagagem, saberei respeitar o outro, compreender e me tornar uma pessoa melhor. A gente sempre espera o melhor das experiências, ainda que as cidades estejam lotadas de gente vazia.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Nem tudo que alimenta a alma enche o nosso estômago, mas fomenta nossos sonhos.

 
Foi essa a frase que veio na minha cabeça ontem, antes de dormir. Aliás, é nesse momento que surgem os questionamentos, certezas, coragens e tantos outros sentimentos que, durante nosso dia, nem temos tempo de pensar.
Pensei nisso porque andei analisando minha vida e vivo brigando com o racional e o emocional, principalmente no que diz respeito ao trabalho ou como queiram chamar: trampo, ganha-pão, etc. Trabalho com números durante a semana ( quem diria? logo eu, que sempre detestei a matemática!), sou bancária e não posso reclamar do meu salário para minha idade e dos benefícios que tenho. Ajudo minha mãe em casa, vivo com ela, tenho menos custos e já consegui comprar meu próprio carro, além de ter pago minha faculdade sozinha. Mas, todos os dias quando acordo posso dizer que não sou feliz com o que faço, me sinto carregando um peso, arrastando uma bola de ferro no pé.
Sabe o que me deixa feliz? Cinema, escrever, fotografia, dança, enfim, todo um lado artístico que o meu hemisfério direito do cérebro insiste em evidenciar.
Sou formada em Publicidade e Propaganda, estudei algo que me fascina, embora seja um mundo muito cruel, com mercado de trabalho fechado, só para aqueles que são peixes grandes. Mas, um dia já pensei que seria uma das exceções, que conseguiria um emprego na área ganhando pouco e que depois fosse ser reconhecida pelo meu talento e esforço.
Bem, a parte de conhecimento humano, como a de um comunicólogo, não tem nada de exato, pelo contrário, está sempre flutuando, esperando e criando novidades e caminhando ( ou pelo menos tentando) com as mudanças do ser humano.
Minha mãe vive dizendo que tenho que estudar pra concurso. Mas, alguém já viu os concursos pra Publicidade? Sinto muito, mas cada vez que sento pra estudar leis e artigos, me dá embrulho no estômago, não sirvo pra isso. Amo estudar, sempre fui aplicada, mas quando estudo o que gosto, posso ser brilhante.
Gosto de toda essa diversidade, problemas, sonhos, frustrações e desejos que a humanidade tem, me fascina. E da complexidade das pessoas podem sair belos diamantes.
E números complexos? Desculpa, mas quem disse que eles existem na matemática, não conheceu o ser humano pra saber o que é complexidade.