Coragem versus covardia, eis o nosso campo a ser explorado. Por mais que essa possa ser uma rivalidade comum na vida das pessoas, vamos abordá-la dentro do sentimento mais complexo e procurado: o amor.
Não quero aqui fazer uma menção direta à guerra dos sexos, mas a verdade é que nos relacionamentos amorosos, as mulheres se jogam de um penhasco enquanto os homens, ainda estão colocando os pés de mansinho na água pra ver se é fria.
Pode parecer paradoxal, mas, ao mesmo tempo que, nós, mulheres, somos sonhadoras, também sabemos lidar muito bem com a realidade. Escolhemos quem merece nosso sofrimento e lágrimas, caso elas venham, escolhemos os defeitos que mais relevamos para conviver pelo "resto de nossas vidas" (ou enquanto isso durar).
Enquanto isso, eles demoram para entrar em um relacionamento sério, transformam dedicação e lealdade em um bicho de sete cabeças, mas insistem em dizer que são o lado racional da relação. E, no momento em que decidem que não dá mais pra ficar junto, esperam a mulher perceber ou até mesmo fazem com que ela decida. Parece até que o fato de não ter dado o primeiro passo vá perdoá-lo da responsabilidade do fim, e, na verdade o primeiro passo já foi dado por ele, só não houve o diálogo. Afinal, dialogar é com as mulheres, não é? Gostamos de uma "D.R", mas sabemos jogar limpo como ninguém.
Vocês não vêm histórias por aí de mulheres que não tinham coragem de terminar o relacionamento e esperaram por eles para perceber. Até porque eles são ruins em perceber sinais sutis. Quando a gente não quer mais, não suporta conviver com aquele incômodo, sabendo que o outro já não nos faz feliz.
Jogamos limpo no amor, mesmo que a sinceridade, nos dias de hoje, ainda não leve a vantagem ou não seja bem vista. Falamos tudo, abrimos nosso coração. E ainda assim, sabemos que para eles falta a maturidade de admitir o que fazem ou o que sentem.
Sexo frágil, sonhadoras, mas com um pé na realidade, que ainda nos faz acreditar que o momento do fair play, do jogo equilibrado vai chegar. Enquanto isso, vamos escolhendo entre defeitos pra jogar nossos corações e futuras tristezas.
E, no final, tudo bem dizer que eles não eram nada do que achávamos que era, só precisamos admitir que nem sempre foi o outro não mudou, nós é que mudamos e, talvez, tenhamos fantasiado o tal príncipe encantado.