sábado, 17 de janeiro de 2015

É a alma que precisa de uma cirurgia


Na ditadura da beleza quem, de verdade, é o ganhador do concurso? Será  a menina mais popular da escola que ganhou o título de "a garota mais bonita do colégio"? A miss universo com seus planos de fazer um mundo melhor através de um abano de mão? Ou o mister universo, com seus músculo e exibicionismo que um dia irão se misturar às rugas de um tempo implacável?
No palco da vida, não é você quem escolhe quem vai ser, é a sociedade e suas regras. Você tem que ser magra pra se ver como os manequins da vitrine, você tem que ser gostosa pra usar o biquíni, tem que ter olhos claros para ser comparada a um anjo, tem que ter os traços perfeitos para parecer com aquele astro da música pop, tem que ser forte para suas camisas não passarem nos braços.
E não adianta dizer que o mundo contemporâneo tem um leque enorme de tribos, porque isso não basta pra ser aceito, porque esses grupos, embora muitos não percebam, foi estimulado pela mídia, seja visualmente ou ideologicamente. É o que vende, cria a demanda pelo consumo e dita a moda.
A antiga filosofia do ser = ter, se você não tem condições de se encaixar em uma das tribos, tá fora, vai sofrer na sua solidão ou pelo olhar discriminatório da sociedade.
E a doença não pára por aí, até mesmo a plastificação dos bonecos mais famosos do mundo têm servido de inspiração para aqueles que querem se destacar no mundo da aceitação. E vale tudo, tá? Plásticas, botox,lipoaspiração e até aplicação de hidrogel na perna e sabe lá onde.
O mais perigoso nessa ditadura que atravessa gerações, é a velocidade de informação que a internet proporciona, afinal, até os deuses da loucura possuem seus seguidores. São milhões de mensagens de :"Força, Mariazinha! Você vai sair dessa!", "Continua lindo!Perfeito!", a criatura está lá, internada com diversas complicações, com risco de morte e até leucemia devido aos procedimentos proibidos e exagerados, mas continuam sendo louvados.
Eu ainda me pergunto se, em algum momento, essas pessoas conseguiram ser felizes de verdade, porque nada é suficiente para elas, o céu é o limite para alcançar a perfeição, mesmo que esse céu inclua o inferno das consequências. E que indústria é essa que se alimenta da nossa insegurança?
Como diz Beyoncé em uma de suas músicas: "A beleza dói. Perfeição é a doença de uma nação. É a alma que precisa de uma cirurgia."

Ah! Pra quem quiser ver o clipe da Beyoncé "Pretty Hurts" legendado, que fala sobre isso, o link tá aqui. https://www.youtube.com/watch?v=qM1dMkdWApA

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Dia 08 de Janeiro: dia do fotógrafo


Hoje, dia 08 de Janeiro, é dia do fotógrafo, uma profissão que eu acho incrível. Então, pensei, como fazer uma singela demonstração de admiração? Resolvi escrever, coisa que "nem gosto".
O que um fotógrafo traz na mochila? Além da câmera, lentes, tripé, flash, rebatedor, etc, leva sonhos, histórias, momentos, registros, dor, realidade, paisagens, viagens, amores, despedidas.
A bagagem de um fotógrafo é a sua vivência, consigo e com os outros, uma mistura de vidas e histórias que se confundem em filtros e luz que, um dia, atravessaram um olhar, capaz de captar o que nem todo mundo consegue perceber. 
Não sou fotógrafa profissional, apenas uma amadora, mas acredito que tudo aquilo que sai das lentes da câmera de um fotógrafo, preenche mais do que um bolso para pagar as contas, satisfaz todo um vazio de um coração afoito por acrescentar aos seus momentos o dos outros. Muitas fotografias sequer chegam a ser publicadas, algumas vão fazer parte do álbum de alguém que vai guardar um momento especial, outras vão ficar entre as quatro paredes de um quarto, num mural de fotos ou num porta-retrato, outras vão completar um portfólio de alguém, só as mais especiais.
Já imaginaram quantas vidas entram e saem de uma câmera? Das mais simples às mais profissionais, passando pelos celulares, não importa, quem vai fazer daquela cena algo eterno é o olhar do fotógrafo.
Agradecer pelo dia do nascimento do seu filho, pelo dia do seu casamento, das bodas de diamante dos seus avós, pelo ensaio que mudou a sua vida, pelo baile de debutante da sua filha ou por cada imagem que nos rodeia pela cidade, mas que nos toca, cada vez que observamos, ainda é pouco para descrever essa profissão.
Parabéns, fotógrafos por construírem os seus dias com os nossos.

Tipos de gente


Tem gente que vai sorrir na sua frente, vai desejar ter sua presença, ao mesmo tempo em que vai organizar as festas em que você nunca vai poder estar presente. Tem gente que gosta de você do jeito que você é e tem gente que gosta do ibope que você dá. Tem gente que se preocupa com você e tem gente que se preocupa com a sua vida. Tem gente que vai contar a sua história e tem gente que vai contar a pior versão de você. Existe esse tipo de gente e existe o tipo de gente que não se importa com nada disso, mas continua frequentando todo tipo de gente.

O início do fim



Esse ano de 2014 foi um divisor de águas pra mim. Além de cruzar a linha dos 30, comecei a enxergar com os olhos mais maduros e caminhar com os pés no chão.Percebi que quantidade e tempo de amizade não significa que todos são seus amigos. Que interesse aproxima, mas também afasta as pessoas. Que família é eterna com seus defeitos e virtudes, mas são poucos os  que irão te dar apoio. Que trabalho e dinheiro são necessários, mas felicidade também. Que o ditado mais verdadeiro sempre foi dito pela minha bisavó: "O mundo dá voltas." E que a gente não deve esperar agradecimento de ninguém, mas que ser reconhecido vale mais do que qualquer bônus salarial. Que eu devo e posso escolher quem eu quero ter ao meu redor. Mas, peço para Papai Noel, nesse 2015, que eu volte a ter fé nas pessoas, que eu tenha de volta a ingenuidade de antes ou a ignorância dos sábios, mas que eu nunca aceite o caminho da falsidade, porque esse não tem volta. Que a gente possa se orgulhar cada vez mais de agir com ética, mesmo que para isso sejamos massacrados pela corrupção da sociedade, mas que não abandonemos nossos valores. E que a gente tem que se melhorar todos os dias, aceitar os outros como são e não tentar mudá-los, quando ainda temos tanto para mudar em nós mesmos.