sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Mães da selva

Começo esse post com uma mensagem linda que recebi da minha mãe por whatsapp:

"Houve um tempo em que eu achava que podia consertar as suas dores, filha, brigando com os que te faziam sofrer, mas aprendi que só nós mesmos podemos curar nossas dores. Você achou seu caminho. Não olhe para trás, porque passou. O que é seu você está vivendo. Seja feliz. <3"

Acho que todas as mães se sentem assim quando vêem seus filhos sofrendo, como se, desde o parto, elas tivessem obrigação de sentir a dor que fosse para que nós vivêssemos. Como se a vida pra nós fosse ser sempre plena e perfeita, desde que elas estivessem ali, prontas para combater qualquer um disposto a acabar com nossos sonhos. Mas, não é assim, né, mãezinha? As pessoas chegam e vão embora de nossas vidas e nossa importância para elas nunca vai ser a mesma que a nossa existência para vocês.
Durante muito tempo, nossas mães foram comparadas a animais com simbologias únicas: "Corujas", zelosas, não descuidam da vigília de seu ninho e filhotes; "leoas", fortes, caçadoras, criam a prole, alimentam e as prepara para o mundo, enquanto o senhor leão, dorme e exibe sua juba e soberania no reino da selva, "cangurus", carregam seu filhote na bolsa, protegendo de perto contra qualquer predador, porém, isso não ajuda no momento em que eles tiverem que se virar sozinhos.
Independente do zelo, proteção ou preparação que elas nos ofereçam, uma hora elas precisam nos deixar ir, viver o mundo que elas também aprenderam a lidar quando eram jovens. Deve ser doloroso ver um filho cair em armadilhas, sofrer, se machucar, mas ainda não inventaram bolhas protetoras pra isso. E acredito que o mundo seria muito chato se a gente não tivesse experiências que nos amadurecessem de alguma forma. Podemos aprender pelo amor ou pela dor, só que uma dói e a outra não. Ambos professores, o que muda é o grau de dificuldade que eles nos impõem. O mundo é uma guerra, cheio de trincheiras e, se você quiser se preparar para viver nesse mundo em específico, é melhor que tenha um general pra te fazer suar e se fortalecer para o que te espera.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Bagunçando a vida alheia

Depois de um longo inverno longe daqui, eis que a vontade de escrever, como forma de libertação, voltou.
Você já sentiu como se sua vida estivesse bagunçada? E quando quem faz a bagunça é o outro?
Um dia, você está sossegada em casa, vendo a novela das vinte e uma horas, recuperada de um pé-na-bunda que levou e que fazia uns três meses, quando a criatura te chama pra conversar. Puxar aquele papo "como quem não quer nada", e no fim acaba num pedido desesperado de namoro. Então, você se sente assustada, porque ele te viu uma vez na vida e outras muitas nas redes sociais, e ele começa a achar que você é "a pessoa". E quantos de nós já não pensou? Ok, quando éramos adolescentes.
Eu estava super fechada pra qualquer "Oi" diferente de um amigo, mas uma parte de mim queria se entregar, dar uma chance pra algo inesperado, diferente e louco que poderia dar certo.
Dei a chance e lá fomos nós outra vez, sentindo o cheiro de que aquele ia ser meu próximo erro, mas como diz Lulu Santos: "tolice é viver a vida assim, sem aventura."
Foram cinco meses de amor, discussões, ciúmes(da minha parte), inseguranças, planos, ações pra fazer um futuro acontecer, alianças trocadas, malas compradas, passaporte tirado, muita ansiedade e uma queda livre no final. Com a diferença que eu não só me esborrachei no chão, como também fui batendo em todos os obstáculos no caminho. Acho que desmaiei antes de chegar ao solo.
São trinta e dois anos de vida e cinco pés-na-bunda na conta, mas esse sexto foi o pior! Não sei se eu que me culpo mais por ter entrado em algo que desde o início já mostrava que era furada ou mais uma vez meu coração sonhador criou expectativas na minha mente romântica, ou tudo ao mesmo tempo. O fato é que, esse tal indivíduo, entrou na minha vida como um furacão, jogando móveis no chão e quebrando tudo e depois foi embora deixando tudo bagunçado pra que eu mesma arrumasse.
Precipitado, ansioso, egoísta, individualista, aquele que acha que pessoas são como os objetos que ele compra, vende e troca quando bem entende. Esqueceu de um pequeno detalhe, bonitão: pessoas têm sentimentos. E tem mais, o mundo é redondo, já vi muita gente receber o que plantou.
A imaturidade de um cara faz com que ele faça coisas desse tipo. Ele cria uma história na cabeça dele e se as coisas não correm do jeito que ele quer, nem no tempo que ele quer, pronto, acabou o amor arrebatador que ele possuía por você. Aquele mesmo amor que fez ele te pedir em namoro no primeiro dia em que vocês ficaram e que fez sair um "eu te amo" na primeira transa, após cinco dias que vocês ficaram.
Ao chegar nesse ponto do texto, vocês devem estar me chamando de "burra", ou falando em voz alta, "tava na cara que não ia dar certo." Eu sei, acho que tenho uma tendência masoquista e sou egoísta, porque quem sofre é meu coração e nem perguntei se ele estava disposto a isso.
Agora que tudo acabou, um mês se passou e ele já está em outra situação(espero que não faça a mesma coisa com ela), as redes sociais ainda me pisoteiam quando me oferecem pistas do que acontece em torno dele e eu vou disfarçando minha dor, todos os dias, tentando levar minha rotina adiante e não deixar meus pensamentos voarem pra qualquer detalhe que me leve a ele.
Desculpem o desabafo, mas tem dias que é difícil ainda pra mim, e tem dias que eu penso que não tô nem aí mais. Espero que esse texto sirva de lição pra qualquer um que passar por algo parecido, queria que alguém tivesse me alertado naquele dia vinte e três de dezembro de dois mil e dezesseis pra que eu dissesse um "NÃO" bem grande, na verdade, eu queria voltar no tempo e fazer diferente. Mas, agora só me resta seguir adiante e deixar de ser trouxa.
Foi bom conversar com vocês de novo! Até a próxima maluquice!

quarta-feira, 18 de março de 2015

O que é a vida?

O que é a vida, afinal? Um conceito exato eu não saberia dizer, mas ela não se resume às paredes do seu escritório ou da instituição em que você trabalha. Passamos grande parte do nosso dia trancados, buscando resultados, perseguindo metas. Acordamos todos os dias, vamos trabalhar pensando se seremos suficiente para grandes corporações que apenas nos vêem como números. Afinal, quem vai dizer se você ainda serve? Nós temos que nos bastar, enquanto humanos, fazemos nossa parte e, é claro que, ganhar dinheiro se faz necessário, o problema é quando o dinheiro dita quem somos, o que nos faz feliz de verdade. Ter um teto e uma cama confortável, nada disso adianta se não tivermos paz no coração pra dormir com uma consciência tranquila, de que fizemos o que estava ao nosso alcance. Ter o carro do ano e uma família formada, de nada adianta se não tivermos tempo para viajar com eles, pra qualquer lugar, que nos faça ter momentos felizes ao lado de quem amamos. E então, aquela máxima "dinheiro não traz felicidade" volta a nos assombrar e nos dividir. Fica claro que o dinheiro ajuda, afinal, ele ainda é a nossa moeda de troca para nos alimentar e vestir, mas felicidade? O que é felicidade pra você, pra mim,para o seu vizinho? São muitas, tantas e tão diferentes, porque nós somos diferentes. Mas, se for pra ter aquela felicidade instantânea, que te preenche por algumas horas e depois te abandona, então, meu caro, não estamos nem perto de saber do que se trata essa tal felicidade. Temos a mania de conceituar sentimentos e estados de espírito de acordo com os nossos valores, mas pouco percebemos o que se passa no nosso interior, aquilo que realmente nos deixa extasiados e, que principalmente, nos transforma, enquanto seres humanos. E se transforma, aí sim, é algo genuíno. Se te faz bem e modificou a sua vida, realmente é a tal felicidade. 
Acho que no final das contas, felicidade é muito mais do que aquela caixa de bombom que a gente ganha de presente, sabe? Porque caixa de bombom acaba e presente que acaba nos diverte por pouco tempo.Presente bom é um livro, que você pode ler e reler, aumentando sua bagagem, é um filho, que você pode curtir uma vida inteira, é um bichinho de estimação, que vai te alegrar e fazer companhia enquanto ele viver, são as brigas e reconciliações de família que depois viram risadas de fim de ano, é um perrengue que você passou, mas que te deixou mais maduro no final.
Felicidade é você entender que aquilo que realmente importa, tá com você todos os dias e você passa tão pouco tempo, que acaba dando mais importância para o que te reduz a quase nada. 
Agora, dá licença, que enquanto estou aqui escrevendo, minha mãe e minha irmã estão assistindo televisão e não quero perder um minuto sequer longe delas.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Tomara X Ainda bem

Tomara,
que o tempo volte 
que perdoem minha T.P.M.  
 que mãe seja eterna, 
 que Deus seja mesmo brasileiro
 que alma gêmea exista 
que finais felizes existam,
que doce não engorde
que Papai Noel exista,
que amor não doa,
que o mundo não tenha fim,
que eu consiga ficar velha,
que eu me torne uma pessoa melhor.


Ainda bem,
que o sol nasce todos os dias,
que chuva não derrete gente,
que pessoas não escutam pensamentos,
que dormir é de graça,
que rir faz bem,
que saudade passa,
que música existe,
que sentimento não tem preço,
que eu sou livre.

Ciúme

Na hora a gente atira tudo: 
Pedra, sapato, foto, carta, roupa e a mala. 
Faz de tudo pra atingir: vingança, até a hora que cansa,
Medo, mas não deixa de encostar um dedo,
Ciúme e tudo aquilo que não une.
Atinge tudo, só não atinge o coração.
Isso é mágoa e mágoa se cura com água,
Água do mar, água de beber até a gente se calar.
Se liga é pra arrumar briga,
Ninguém pega o celular pensando em se desculpar,
Passar a noite em claro ou em branco,
E pra ser franco,
Chorando ou bebendo,
Quem vai acabar sabendo?
Amigo ou travesseiro,
Ou quem sabe o Rio de Janeiro?
Afinal, quem vai dar o braço a torcer
Quando o sol voltar a nascer?

sábado, 17 de janeiro de 2015

É a alma que precisa de uma cirurgia


Na ditadura da beleza quem, de verdade, é o ganhador do concurso? Será  a menina mais popular da escola que ganhou o título de "a garota mais bonita do colégio"? A miss universo com seus planos de fazer um mundo melhor através de um abano de mão? Ou o mister universo, com seus músculo e exibicionismo que um dia irão se misturar às rugas de um tempo implacável?
No palco da vida, não é você quem escolhe quem vai ser, é a sociedade e suas regras. Você tem que ser magra pra se ver como os manequins da vitrine, você tem que ser gostosa pra usar o biquíni, tem que ter olhos claros para ser comparada a um anjo, tem que ter os traços perfeitos para parecer com aquele astro da música pop, tem que ser forte para suas camisas não passarem nos braços.
E não adianta dizer que o mundo contemporâneo tem um leque enorme de tribos, porque isso não basta pra ser aceito, porque esses grupos, embora muitos não percebam, foi estimulado pela mídia, seja visualmente ou ideologicamente. É o que vende, cria a demanda pelo consumo e dita a moda.
A antiga filosofia do ser = ter, se você não tem condições de se encaixar em uma das tribos, tá fora, vai sofrer na sua solidão ou pelo olhar discriminatório da sociedade.
E a doença não pára por aí, até mesmo a plastificação dos bonecos mais famosos do mundo têm servido de inspiração para aqueles que querem se destacar no mundo da aceitação. E vale tudo, tá? Plásticas, botox,lipoaspiração e até aplicação de hidrogel na perna e sabe lá onde.
O mais perigoso nessa ditadura que atravessa gerações, é a velocidade de informação que a internet proporciona, afinal, até os deuses da loucura possuem seus seguidores. São milhões de mensagens de :"Força, Mariazinha! Você vai sair dessa!", "Continua lindo!Perfeito!", a criatura está lá, internada com diversas complicações, com risco de morte e até leucemia devido aos procedimentos proibidos e exagerados, mas continuam sendo louvados.
Eu ainda me pergunto se, em algum momento, essas pessoas conseguiram ser felizes de verdade, porque nada é suficiente para elas, o céu é o limite para alcançar a perfeição, mesmo que esse céu inclua o inferno das consequências. E que indústria é essa que se alimenta da nossa insegurança?
Como diz Beyoncé em uma de suas músicas: "A beleza dói. Perfeição é a doença de uma nação. É a alma que precisa de uma cirurgia."

Ah! Pra quem quiser ver o clipe da Beyoncé "Pretty Hurts" legendado, que fala sobre isso, o link tá aqui. https://www.youtube.com/watch?v=qM1dMkdWApA

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Dia 08 de Janeiro: dia do fotógrafo


Hoje, dia 08 de Janeiro, é dia do fotógrafo, uma profissão que eu acho incrível. Então, pensei, como fazer uma singela demonstração de admiração? Resolvi escrever, coisa que "nem gosto".
O que um fotógrafo traz na mochila? Além da câmera, lentes, tripé, flash, rebatedor, etc, leva sonhos, histórias, momentos, registros, dor, realidade, paisagens, viagens, amores, despedidas.
A bagagem de um fotógrafo é a sua vivência, consigo e com os outros, uma mistura de vidas e histórias que se confundem em filtros e luz que, um dia, atravessaram um olhar, capaz de captar o que nem todo mundo consegue perceber. 
Não sou fotógrafa profissional, apenas uma amadora, mas acredito que tudo aquilo que sai das lentes da câmera de um fotógrafo, preenche mais do que um bolso para pagar as contas, satisfaz todo um vazio de um coração afoito por acrescentar aos seus momentos o dos outros. Muitas fotografias sequer chegam a ser publicadas, algumas vão fazer parte do álbum de alguém que vai guardar um momento especial, outras vão ficar entre as quatro paredes de um quarto, num mural de fotos ou num porta-retrato, outras vão completar um portfólio de alguém, só as mais especiais.
Já imaginaram quantas vidas entram e saem de uma câmera? Das mais simples às mais profissionais, passando pelos celulares, não importa, quem vai fazer daquela cena algo eterno é o olhar do fotógrafo.
Agradecer pelo dia do nascimento do seu filho, pelo dia do seu casamento, das bodas de diamante dos seus avós, pelo ensaio que mudou a sua vida, pelo baile de debutante da sua filha ou por cada imagem que nos rodeia pela cidade, mas que nos toca, cada vez que observamos, ainda é pouco para descrever essa profissão.
Parabéns, fotógrafos por construírem os seus dias com os nossos.