sexta-feira, 14 de março de 2014


Acabei de assistir um filme que era para ser apenas mais um daqueles enlatados, com temáticas adolescentes e "blá blá blá", mas a perspectiva abordada chamou minha atenção. É claro que fofoca, sexo, traição, líderes de torcida e bullying fazem sempre parte do campo semântico quando se trata de um apelo teen. Mas, aqui, meus caros, a mentira que gera a fofoca acaba tendo um propósito muito maior do que uma tentativa de pertencer a um grupo. Quando cada um quer salvar a própria pele e ser aceito, tudo pode acontecer, inclusive, manter uma colega em uma personagem que ela mesmo criou só para ajudá-los nesse difícil mundo de exclusão colegial.
Existe um pensamento genial da Martha Medeiros que diz: "Enquanto isso, o demônio dentro de nós revira o estômago e faz cara de nojo. É muita santidade para um pobre-diabo, ninguém é tão imaculado assim." E isso não poderia se encaixar melhor nesse filme.
A gente se dá conta que não precisamos estar dentro da escola ou ter entre 15 e 19 anos para viver numa constante guerra conosco e com os outros, como se vivêssemos dentro de uma bolha, da qual precisamos sair e fazer parte do mundo lá fora. Mas, quem determina se podemos ou não fazer parte dele são os outros. Estranho, não? Crescemos, arrumamos um emprego, casamos, envelhecemos e lá estamos nós: nunca saímos da realidade do colegial, ainda estão lá aqueles que te olham de cima, te rotulam, que vão fazer de tudo pra você não chegar ao sucesso (ou pensar que não vai chegar), os que vão fazer fofoca, inventar mundos e fundos para você não conseguir aquela promoção ou simplesmente te denegrir na frente dos seus amigos ( amigos, talvez, que nunca mais te aceitem de volta.).
E qual o preço que pagamos para fazer parte disso? Será que queremos fazer parte do lado negro da força? Muitas vezes, nos sentimos sozinhos por pensarmos diferente, mesmo sabendo que somos do bem, porém, há algo que não vai mudar: existe sempre um plano melhor para nós.
Recomendo o filminho aí em cima, pra quem quiser assistir como Sessão da Tarde ou com uma visão mais antropológica, o nome é "Easy A" ou "A mentira". Preparem a pipoca e bom filme! 

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