domingo, 26 de outubro de 2014

O debate final


  Dia 26 de Outubro de 2014, domingo, dia de votação, segundo turno das eleições. Enfim, vai acabar uma das disputas mais acirradas e atormentadoras do Brasil pela presidência. Daqui há algumas horas vamos saber quem vai comandar por mais quatro anos esse país. E o quê sobrou de nós? Nunca os debates foram tão assistidos e assunto de redes sociais. E nunca tantas amizades foram desfeitas em tão pouco tempo. 
  Vivemos em tempos de guerra, e não falo aqui de violência nas grandes cidades, mas de questões políticas sendo discutidas incessantemente pela internet que chegaram ao extremo ao atingir as relações pessoais. Já foi observado que as redes sociais causaram enormes estragos em relações amorosas, mas nas amizades, foi a primeira vez em que se viu amigos tratando-se como candidatos de partidos opostos. Afinal, o que mudou das eleições de vinte anos atrás para agora? Antes,debatia-se política, futebol, religião nos bares, agora discute-se no facebook, twitter e afins, o que ganha uma dimensão muito maior. Antes, falávamos com um grupo de quatro ou cinco amigos, agora são mais de 1 milhão de pessoas, visto que até quem não te conhece pode ter acesso ao seu conteúdo publicado, através de compartilhamentos.
  Entre os medidores de intenções de voto, as redes sociais entraram com um grande peso nas pesquisas, mas daí a brigar por ideias opostas? A que ponto chegamos? Prezamos pela democracia e liberdade de expressão, mas quando é a vez do outro atiramos pedras? O que quero colocar aqui é que não importa se somos petistas ou tucanos, contra ou a favor da diminuição da maioridade penal, contra ou a favor do aborto. O que importa é que o ser humano é complexo e racional, tem ideias e valores divergentes, sempre teve e o que deve ser levado em consideração é o respeito por cada um. E o que vai fazer a diferença está sim nas nossas mãos no momento de fazer nossas escolha, mas depois disso, está nas mãos deles, aqueles que escolhemos para nos representar e, infelizmente, eles nunca vão nos representar cem porcento, justamente porque temos muitas questões diferentes e ninguém nunca agrada totalmente. E é com essa racionalidade que devemos lidar com as pessoas ao nosso redor, nosso círculo de amigos, nossa família. Somos todos de uma enorme ingenuidade, nossos amigos ao achar que são os mais intelectuais e detentores de conhecimento para fazer a escolha correta, nossos pais por acharem que os anos de vivência os fizeram mais conscientes do que nós. Seria ótimo se pudéssemos juntar o bom de cada um e ter um raciocínio e escolha perfeitos, mas não é assim. 
  A única coisa que nos une é a esperança de ter algo melhor para cada um de nós e para o país inteiro e se erramos, erramos tentando, mas não vale a pena perder aquilo que cultivamos durante anos, que são as amizades e família, frutos do amor e não de relações políticas. Essas duas vertentes nunca irão funcionar, aquilo que foi consolidado em sentimentos não pode ser medido por números.
  Se ainda assim, após o resultado final das eleições, tivermos enfraquecido nossos laços afetivos, então, realmente não há porque se discutir questões humanitárias, o ser humano foi derrotado pela frieza da tecnologia e das causas vazias.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

"Quem não tem teto-de-vidro..."

Afinal, de onde vem a tal da fofoca? No dicionário "fofoca" significa: "Ato de querer saber para ir contar a outrem." Não confundam com preocupação, preocupação é o que o seu melhor amigo, sua mãe ou seu pai têm por você. Interesse na sua vida é o que todos aqueles ao seu redor possuem, porque a vida deles não é suficientemente interessante para que eles ofereçam a devida atenção. Mas, o que faz a vida alheia ser alvo da atenção de outras pessoas? Não menciono aqui celebridades ou autoridades, porque essas sim, já sabiam das condições de suas profissões ou status, mesmo que temporários. Falo de nós, meros mortais, que saímos para trabalhar, estudar, nos divertir, socializar. 
O grande problema é esse, levamos a vida normalmente, com nossos problemas, soluções, sem grandes alardes. Por isso, aqueles que são mais reservados, acabam sendo injustamente, assunto preferido da roda dos colegas do trabalho, dos vizinhos e até dos parentes impiedosos. E, se um dia tiverem oportunidade, escutem as difamações, na maioria das vezes, elas são as mesmas vividas pelos difamadores, o famoso "teto- de -vidro".
Michael Foucault, em análise sobre a sociedade disciplinar, tinha como modelo o sistema de vigilância do Panóptico. Não vou me estender quanto a isso, mas basicamente, era o vigiar e punir, utilizado nos sistemas de carceragem e vigilância hierárquica. Seguindo esse paradigma, somos todos prisioneiros ainda da vigilância alheia e o pior, somos punidos por nossos atos e escolhas, sendo que nenhum desses dois afetará a vida dessas pessoas que se posicionam como "carcereiros". 
Parem pra pensar: no quê a escolha do nosso parceiro ou parceira vai influenciar na vida dos nossos vizinhos? E o nosso trabalho, no quê diz respeito àqueles parentes que só nos encontram nas festas de família? De verdade, se não for para acrescentar algo de bom e valioso na nossa vida, seria melhor que essas pessoas nem pensassem sobre nós. Mas, a curiosidade só aumenta e quanto mais cresce, mais dignos e donos da verdade esses inquisidores se acham. 
Esse é um dos motivos pelo qual o ser humano anda descarrilhado na sociedade, não pensamos no bem comum, só em nós mesmos, mas na hora de apontar o defeito no outro, somos os primeiros a nos levantar e dizer, aí sim interessa. E no momento de interiorização, para melhora de si mesmo, não somos nada individualistas.
Tudo isso não explode a cabeça de vocês? Desculpem, mas a minha sim, toda vez que penso em questões simples como essa, que vivenciamos todos os dias, sem nos dar conta do cenário macro que temos como pano de fundo.

sábado, 26 de julho de 2014


Eu poderia apenas dizer que é um ótimo filme, que eu recomendo. Mas, se tem uma coisa que aprendi nas minhas aulas de cinema foi que se um filme não te faz sair pensando dele, não cumpriu sua missão. Espero, de coração, que a maioria das pessoas que tenham assistido "Amor sem escalas"entenda as diversas mensagens que ele transmitiu. 
Com um protagonista que tem como profissão demitir pessoas, viajando pelos Estados Unidos, há tanto para explorar que nem sei por onde começar. Talvez pela "mochila vazia" ao qual ele tanto menciona em suas palestras: "Imagine-se colocando dentro de sua mochila todas as coisas da sua vida: seus colegas de trabalho, amigos, primos, pais, namorados, maridos e esposas. Tudo isso pode pesar muito nas suas costas." Uma palestra motivacional que ensina como se desapegar de tudo que pode pesar na sua vida para que você continue andando, afinal, a vida é basicamente movimento.
Dentro da trama viajamos nos diversos valores que protagonista e coadjuvante esbarram, aprendendo a ganhar alguns que perderam. Como viver sem ter alguém do seu lado? Como demitir alguém e tentar mostrar o fim como um início, sem se envolver em tudo que isso acarreta para o outro? 
Será que é só o amor que não tem escalas? Escalas são importantes também, uma hora todos páram, porém o que fazemos com as histórias e pessoas que conhecemos no caminho é o que faz a diferença. Não há como esvaziar a mochila, ela tem que estar cheia de tudo: relacionamentos, trabalho, problemas. O que falta é sabermos organizá-la, essa mania do imediatismo e da falta de tempo nos faz amontoar tudo, misturamos cada item e depois não sabemos onde encontrá-los, até a hora de não conseguirmos nos achar também.
Não importa se você bate seu ponto todos os dias no mesmo lugar ou se você passa 322 dias do ano voando de um lado para o outro enquanto as outras famílias passam o Natal juntas, quando sentir que está desaprendendo a lidar com as outras pessoas, pare, respire e repense, não é vergonha para ninguém recomeçar.
E tem tanto ainda acontecendo na minha cabeça agora que acho que não consegui ser fiel à profundidade de pensamentos que o filme traz, mas acredito que o aprendizado vai estar um pouco mais nas minhas atitudes a partir de agora.

sábado, 7 de junho de 2014

O que eu também não entendo

Por quê a vida é tão rodeada de mistérios? Quando eles começaram a aparecer na minha vida, até tentei ser esperançosa e pensar que, um dia, eles teriam solução. Hoje, já não sei se essa fagulha de esperança ainda existe. Tantas coisas estranhas que ficaram sem resposta no caminho, até hoje eu não sei algumas e não é que eu não queira mais saber o que eram, mas simplesmente o tempo passa e você passa a ter outras coisas que têm mais importância, até outras dúvidas que a vida vai colocando na sua frente.
Até hoje não sei se quem me roubou minha comissão mais gorda foi a minha colega de trabalho que eu tanto considerava. Tudo indicava que seria ela, mas não tive a certeza, meu dinheiro não voltou nem eu tive minha curiosidade satisfeita. 
Também não sei explicar aquele término de namoro que fiquei sem ter o direito de me defender de uma acusação do que nem sei o que fiz. Parece conversa de doido, mas o cara realmente me disse que eu sabia o que tinha feito, abriu a porta do carro pela última vez pra mim e sumiu. Sofri como uma condenada, ouvindo aquelas palavras na minha cabeça e sem resposta, achei que fosse ficar doida de vez com tudo aquilo, mas passou.
Pelo visto também não vou saber se o real motivo do tal carinha que me dispensou a alguns dias foi realmente o desemprego dele ou se foi uma bela de uma desculpa esfarrapada. E Deus o ajude de não sofrer de verdade a mentira que ele inventou.
O que eu não entendo disso tudo é que as pessoas, mais do que nunca, têm exigido sinceridade nas relações. Sinceridade pra quem, "cara pálida"? Nossos pais nos ensinam as boas maneiras, como crescermos com dignidade para nos tornarmos pessoas de bem, e falar a verdade está entre essas coisas. Mas, até hoje não vi ninguém ser mais bem visto por ser sincero e honesto, falo isso por mim, porque na única vez em que tive que terminar um relacionamento de anos, fui sincera como combinamos, caso nos interessássemos por outra pessoa. Contei a verdade, embora não tivesse chegado às vias de fato e o traído, mas a traição começa quando você se interessa pelo outro, pelo menos eu acho. Pois bem, dito isso, ele queria saber quem era. Interessa? Claro que não disse, mas mesmo assim a minha sinceridade foi pelo ralo, porque a ex do outro ficou doida, agindo como uma psicopata, procurou meu ex e escreveu barbaridades e mentiras sobre mim, que ela criou no mundinho imbecil dela. O que aconteceu? Meu ex acreditou na doida ao invés de mim, que ele conheceu por 7 anos, saí como a adúltera. Foram anos de cumplicidade e entrega que se foram com um aperto da descarga do sanitário.
Eu também já fui alvo da sinceridade alheia, no meu histórico de relações fracassadas, tenho um babaca que saiu comigo por algumas semanas e me pediu em namoro enquanto estudava para um concurso público, não nos víamos quase nada, respeitei o momento e quando passou a prova ele disse por telefone pra mim: "Acho que já deu, né?". Fiquei inconformada com aquilo, exigi explicações, afinal, agora íamos poder nos ver com mais frequência, aí o cara me manda um email listando coisas que ele não gostou no meu jeito, tipo "já que você pediu aí vai." Até hoje não sei se ele é doente mental ou se foi só uma desculpa pra cair fora também, mas o que eu quis mostrar com essa história é que as pessoas confundem sinceridade com grosseria. Se você não gosta de algo no outro, vai demonstrar isso na convivência ou até dar um toque quando ocorrer a situação e não ficar guardando pra vomitar depois.
O que eu conclui disso tudo? Que exigir sinceridade é muito nobre quando você a quer para a sua vida impondo seus próprios limites, no final das contas, todo mundo só quer ouvir e contar o que desce mais fácil pela garganta e fere menos seu orgulho.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Desabafo


Queria voltar no tempo: quando você não significava tanto, quando você era só mais um, quando eu sequer esperava suas mensagens ou as respondia.Sinto falta de quando eu nem te queria.
Mas, eu e essa minha mania de dar oportunidade para as pessoas. Quando é que meu coração vai me dar oportunidade também? Oportunidade de ser feliz, de me jogar de cabeça sem me preocupar.
Pelo visto, qualquer relacionamento, esteja ele em qualquer grau de envolvimento, é uma constante tensão. Nunca se sabe se você vai ver o outro no dia seguinte, se ele ainda vai acordar gostando de você ou se você vai acordar gostando dele. Nunca se sabe quem vai cruzar o caminho de vocês e impedir que prossigam. Prosseguir, era só isso que precisava, nem que fosse para descobrir que mais adiante não daria certo. Não consegui nem conhecer seus defeitos, isso é pior, não posso nem exaltá-los mentalmente pra me ajudar a te esquecer.
Você me disse que, infelizmente, você não escrevia seu próprio destino. Já discordei disso muitas vezes, mas agora tenho minhas dúvidas. Porque o destino tem a mania de me tirar o que me faz bem ao coração, já desisti de pensar que existe algo melhor guardado pra mim.
Guardei no meu bloco de notas um dos trechos da nossa conversa que mais significou pra mim. Ainda me questiono: não é possível que alguém tenha dito tudo aquilo só para encantar e depois cair fora. Acredito no ser humano apesar de tudo e é isso que me mantém viva diante das pressões do cotidiano.
Queria voltar no tempo e aproveitar cada instante que passamos juntos, porque agora esses momentos só existem na minha cabeça. Sinto falta de quando meu foco era outro e sinto falta de tudo que poderia ter sido e não foi.

sábado, 31 de maio de 2014

Quase 30

Qual o problema com os 30 anos de idade? Eu não sei do resto da população, mas o meu começa com o fato de que eu não me sinto com essa idade. Mas, o que significa ter 30 anos, afinal? Significa seriedade, autonomia para pagar as contas do seu próprio apartamento, morando sozinha ou casada. Idade ideal para ser chamada de mãe e arcar com todas as responsabilidades que isso acarreta.

Caramba! Pesa chegar aqui, não? Pois é, e na minha cabeça me considero ainda com 25 pelo menos. Dizem que é bom ter sintomas de juventude, isso é manter a criança interior, pessoas assim são mais criativas e levam a vida de forma mais leve (tá! a parte de levar a vida mais leve não é tão possível assim.).

Mas, o pior é saber que você ainda não conseguiu sua casa própria, não trabalha naquilo que você planejou, não tem sequer um namorado e parece que a cada dia que passa, você quer saber qual vai ser o final desse livro que começou há tanto tempo atrás. A sensação da memória viva de coisas que aconteceram durante seus 15, 18 anos, é uma brincadeira do tempo com você.  Parece que aconteceu há 1 ano, mas quando fazemos as contas, melhor nem pensar nisso.
Parece que a gente parou no tempo, mas ele não parou e a gente continuou vivendo, tudo mudando e a gente sequer percebe que as crianças estão crescendo, seus tios mais novos já estão casando e aquele programa de comédia tem mais de dez anos de existência. O tempo é como o coelho da Alice: "Não posso parar! Não dá pra parar! Tá na hora! Tá na hora!". Ele pega a gente pelo braço, somos arrastados e vamos atrás, só que o corpo e a cabeça não têm a consciência do tempo.
Nos damos conta da idade mesmo através dos sinais das limitações corporais que surgem: você não quer mais dormir fora da sua casa porque sente falta da sua cama, seu corpo dói se dormir no chão, o cansaço trava uma luta quando você precisa ir para a academia, perder aqueles quilinhos não é mais tão fácil como antigamente, ficamos mais exigentes pra escolher quem queremos para estar do nosso lado.
Não vou reclamar apenas, porque o rumo que minha vida tomou não é tão ruim assim. Tenho saúde, uma família que me ama, consegui realizar alguns desejos e sonhos. A experiência te dá a facilidade de ler e prever as pessoas, o que te salva de muitas roubadas ( se você tiver a cabeça no lugar, é claro). E essa mesma experiência te torna mais atraente para tantas pessoas que sonham em chegar lá com o mínimo de entendimento que você alcançou. Não é só isso: ter 30 anos te transforma em uma pessoa interessante só por ter chegado lá, a vida adulta fresca, com juventude suficiente para lidar com a experiência e a
maturidade que a idade te impõe.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Sujeito oculto: o amor


Não posso julgá-lo, ninguém pode, porque ele é abstrato, portanto não pode ser definido. Esse é o problema das pessoas, sempre tentando ter uma definição de tudo, como se ter uma explicação fosse acalmá-las de suas dúvidas. Não é assim, pelo menos não com ele. 
Ele não tem gênero, não se pode encaixotá-lo, colocar em uma prateleira específica, porque ele deve ser sentido. Digo mais, ele não foi inventado e sim surgiu da experiência humana de troca, ninguém resolveu colocá-lo no papel para ser descrito, dissertado. Cada um o sente a sua maneira, porque a bagagem do indivíduo vai fazê-lo existir e não o capricho de uma sociedade ou um mero escritor.
Quem pode tê-lo? Não sei se é possível usar essa expressão, mas posso dizer que desenvolve-se, é um exercício diário e são poucos que sabem oferecê-lo e em menor número aqueles que sabem recebê-lo. Alguns já estão tão acostumados a compartilhá-lo que acabam oferecendo àqueles que ainda não aprenderam a ser gratos por recebê-los, aí vem o sofrimento. Alguns até guardam para si por medo de distribuir algo tão precioso.
Mas, vou dar um conselho para vocês: também sou assim, mas me sinto melhor oferecendo-o do que guardando-o, porque a paz que me dá de saber que o fiz é maior do que o peso de ter me segurado sem ter dado a outra pessoa a oportunidade de se sentir amada.

sábado, 5 de abril de 2014

Montanha russa

Então chegou ao fim. Como esperado previsto pela razão. A gente se joga em algumas relações pelo mesmo motivo que andamos de montanha russa. É pelo desconhecido, pelo frio na barriga, pela vertigem, mas temos sempre certeza de uma coisa: todos saem vivos dela. É a experiência do quase morte, quase perigo e quando entramos, a única certeza que temos é que não vai ser tranquilo. É certo que nem todos saem ilesos, alguns saem enauseados, outros realmente vomitam. O fato é que, é preciso ter estômago forte quando se trata de montanhas russas e de amor.
Quando a gente já sabe, não temos o direito de chorar, apesar de nos permitir algo assim, mas dessa vez você não foi vítima. Esse é o momento de solidão, autoconhecimento, sofrimento sem colo de mãe, porque nessa você já está bem grandinha pra saber que o que começa errado não pode terminar bem. O único que pode escrever certo por linhas tortas é Deus e as linhas tortas quem dá é Ele, não é você que escolhe.
Só resta agradecer, pelos dias que a gente se sentiu feliz por nada, por saber que algo absolutamente não te pertence, mas te fez feliz por algumas horas, minutos, dias da semana. Não era pra ser, não podia ser e você já sabia. Podia ter preferido ficar na sua, se proteger dos perigos do coração, mas entre todas as cruzes da maturidade você escolheu a maior. Escalou cada centímetro daquela madeira e chegou no topo, cansada e um pouco arranhada, mas agora ela não volta mais porque já conhece. E como dizia Chico Xavier: "Isso também vai passar."

sexta-feira, 28 de março de 2014

Turbulências e Afagos

Aprendi a deixar a raiva e o orgulho de lado e falar com a voz do amor. O coração deve dizer e mostrar o que sente, sem pensar se vai estar se humilhando. Ser sincero com o outro quebra qualquer tentativa de ser agressivo.
Quando sua mãe diz: "Vocês não precisam ficar para me aturar!", você responde: "Eu estou aqui porque te amo."
Mostrar o verdadeiro valor da vida, o tamanho pequeno das discussões perto da falta que iremos fazer uns aos outros quando não estivermos mais aqui.
É melhor deixar as lágrimas caírem do que acelerar o coração tomado de raiva. O corpo e a mente agradecem.

sábado, 22 de março de 2014

Cenário da vida (Pra ler ouvindo "I write sins not tragedies" do Panic at the Disco)

Hoje me peguei pensando: tradicionalmente, as principais etapas da nossa vida que são apresentadas à sociedade, acontecem dentro de uma igreja. Quando nascemos, casamos e morremos. 
Olha, tudo bem, estar dentro de um local em que, teoricamente, teremos as bençãos de Deus, mas daí a fazer disso um espetáculo, acho um pouco demais.
Toda vez que um batismo, casamento, velório ou missa de sétimo dia, acontece, temos pessoas dentro da igreja que fazem parte da família, amigos e todo tipo de proximidade com o indivíduo em questão. Entretanto, se tivéssemos um aparelho para medir o quanto as pessoas maldizem e fofocam nesse ambiente, com certeza o sensor explodiria.
É impressionante, como sequer o ser humano pensa que se ele está ali fazendo parte daquela cerimônia, é porque quem está sendo celebrado ou velado, o acha importante de alguma forma. Sempre temos os invejosos, maledicentes, gente de coração leviano : "Hum, quem imaginaria que a Paulinha ia sossegar depois de tantos namorados" "Olha, só o Léo, nem parece aquele canalha que conhecemos dentro daquela beca", "Olha só os padrinhos do Pedrinho, até parece que vão saber cuidar do menino, sequer tiveram filhos. E ainda ficam fazendo juramento perante Deus", "Aquele já foi tarde, menos um pra perturbar a família". 
Enfim, uma série de comentários (leia-se veneno), que eu nem tenho coragem de descrever aqui. E aí, eu me recordo que nada faz mais sentido do que abrigar esse tipo de gente em um lugar que sempre foi o altar de hipocrisias.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Livro aberto

Te ofereci meu livro aberto, para que você lesse cada linha com cuidado e atenção. Era a minha história que estava entrando na tua vida, era a minha bagagem que estava ali para ser dividida com a tua. Mas, ao invés disso, você interpretou como quis, fez pior: reescreveu em cima das minhas páginas, em algumas você até derramou a tinta escura que vinha das suas ideias. Mais do que isso, você fez de mim uma personagem, criação da sua maldade, que não te deixou ver quem eu era de verdade.

Depois do sucesso


O sucesso....ah, o sucesso! É o pote de ouro no fim do arco-íris, a estrela cadente que a gente corre para agarrar a cauda. Ou seja, uma incessante perseguição.
Todos os dias, você tem uma trilha de carreira pela frente, te oferecem um cenário maravilhoso, desses que a gente fica babando quando assiste a um vídeo de pacote de viagem para um resort.
E o que você precisa pra conseguir? "Perseverança! Só depende de você. Nós damos a corda pra você subir, o resto é contigo." O que não te contaram é que quando você chegar no topo, já estarão com o nó amarrado pra você se enforcar e aí, ah! aí sim vai depender de você. Eles vão testar a sua força, sua fé, sua capacidade de aguentar a pressão, sem te oferecer condição nenhuma de aguentar.
Aquela corda que foi oferecida para você subir, agora tornou-se um cabo de guerra, que você puxa de um lado para alcançar seus objetivos e tenta passar para a outra etapa, mas quando você o faz, o outro lado da corda tá pequeno, não se pode puxar tanto porque também vai te prejudicar. Isso porque é você que está dos dois lados da corda. (Vocês devem estar pensando: "Essa garota enlouqueceu! Onde já se viu? Como se pode estar dos dois lados da corda ao mesmo tempo?"). Simples, você corre de um lado para o outro que nem um maluco e não resolve nada!
Produzir, produzir, produzir, ninguém quer saber se você está precisando de alguma coisa, te tratam como máquina e esquecem que até elas precisam de manutenção, óleo, troca de peças.
Como diz Lulu Santos :"Pode até parecer fraqueza, pois que seja fraqueza, então." Não quero sucesso, quero que cessem os abusos, a falta de humanidade das grandes corporações. 
Colaborador? De quê? A gente se enforca todos os dias. Estamos, sim, colaborando para o declínio da nossa saúde mental e corporal.
Sucesso pra mim é você ter tempo para sua família, tempo pra você, pra respirar o que te faz bem. Porque chega um momento em que o dinheiro não paga mais aquilo que não volta.

sexta-feira, 14 de março de 2014


Acabei de assistir um filme que era para ser apenas mais um daqueles enlatados, com temáticas adolescentes e "blá blá blá", mas a perspectiva abordada chamou minha atenção. É claro que fofoca, sexo, traição, líderes de torcida e bullying fazem sempre parte do campo semântico quando se trata de um apelo teen. Mas, aqui, meus caros, a mentira que gera a fofoca acaba tendo um propósito muito maior do que uma tentativa de pertencer a um grupo. Quando cada um quer salvar a própria pele e ser aceito, tudo pode acontecer, inclusive, manter uma colega em uma personagem que ela mesmo criou só para ajudá-los nesse difícil mundo de exclusão colegial.
Existe um pensamento genial da Martha Medeiros que diz: "Enquanto isso, o demônio dentro de nós revira o estômago e faz cara de nojo. É muita santidade para um pobre-diabo, ninguém é tão imaculado assim." E isso não poderia se encaixar melhor nesse filme.
A gente se dá conta que não precisamos estar dentro da escola ou ter entre 15 e 19 anos para viver numa constante guerra conosco e com os outros, como se vivêssemos dentro de uma bolha, da qual precisamos sair e fazer parte do mundo lá fora. Mas, quem determina se podemos ou não fazer parte dele são os outros. Estranho, não? Crescemos, arrumamos um emprego, casamos, envelhecemos e lá estamos nós: nunca saímos da realidade do colegial, ainda estão lá aqueles que te olham de cima, te rotulam, que vão fazer de tudo pra você não chegar ao sucesso (ou pensar que não vai chegar), os que vão fazer fofoca, inventar mundos e fundos para você não conseguir aquela promoção ou simplesmente te denegrir na frente dos seus amigos ( amigos, talvez, que nunca mais te aceitem de volta.).
E qual o preço que pagamos para fazer parte disso? Será que queremos fazer parte do lado negro da força? Muitas vezes, nos sentimos sozinhos por pensarmos diferente, mesmo sabendo que somos do bem, porém, há algo que não vai mudar: existe sempre um plano melhor para nós.
Recomendo o filminho aí em cima, pra quem quiser assistir como Sessão da Tarde ou com uma visão mais antropológica, o nome é "Easy A" ou "A mentira". Preparem a pipoca e bom filme! 

domingo, 9 de março de 2014

O gosto da vitória: vencer a si mesmo.


Meu pai me disse pra morder a medalha, pois tinha gosto de vitória, a melhor delas: vencer a si mesma.
Claro, que eu não poderia sair desse conselho sem algo filosófico na cabeça. Por isso, estou aqui pra dizer que isso é para a vida toda.
Cada dia que acordamos é uma nova batalha contra os piores vilões: nós mesmos. Nossos vícios, nossas limitações, nossos medos, nossas decepções, nossas derrotas. 
Não há obstáculo maior do que a nossa mente, isso porque ainda não sabemos utilizá-la a nosso favor. Ela pode ser a nossa aliada, é só querer. Somatizamos problemas, doenças, tudo com a força dos nossos pensamentos, sem nos dar conta do potencial reverso que temos.
Já usei tanto minha cabeça contra mim, hoje acredito que posso até fazer levitar um objeto, tamanha força que tenho.
Parem pra pensar que a vida nem o mundo estão contra você, é você mesmo que se posiciona no espelho se derrotando todos os dias. Então, ao invés de acordar ou chegar em casa e se olhar no espelho para se lastimar, cumprimente a pessoa que está sendo refletida, dê a ela um "Parabéns, você venceu mais um dia apesar de tudo." 

terça-feira, 4 de março de 2014

Vamos a la playa

Hoje, resolvi embarcar na aventura de ir à praia com a minha mãe. Acreditem, foi uma aventura mesmo!
Pra começar, ela e o namorado demoram uma eternidade para, de fato, ir à praia. Eles vão parando na casa dos vizinhos amigos para irem juntos (ou seja, temos que esperar os amigos ficarem prontos também!). Sinceramente, não entendo essa vontade enorme de sair em comboio. Mas, descobri o motivo: é porque eles levam um grande kit "fome zero" para as areias, isto é: bolsas térmicas com latas e mais latas de cerveja, esquize com água e guaraná natural, mais guarda-sol e cadeira, e precisam de gente para ajudar a carregar tudo isso depois.
Pois bem, partimos nós com toda a bagagem e aí, chegando lá além de tentar achar vaga (quase uma missão impossível), o problema de carregar tudo aquilo que estava na mala para a areia (cadê os amigos que deveriam estar lá pra ajudar?!).
O dinheiro que economizamos para não pagar pra consumir na barraca não paga o meu conforto, preferia ter pego meu ônibus, ido para a praia e pago um pouquinho mais, sem precisar carregar nada além da minha bolsa.
Ok, conseguimos! Enfim, chegamos à praia e ficamos onde? Na barraca, onde os amigos da minha mãe já estavam. Até aí tudo bem, se não estivéssemos espremidos em um canto rodeado de outras barracas com o detalhe de que mais oito cabeças estavam para chegar.
Quando todos que tinham pra vir chegaram, o casal que estava na mesa atrás, aguentou o aperto o quanto pôde, devem até ter participado das conversas, porque não havia mais o espaço do outro ali. Certo momento, eles não aguentaram mais e se retiraram. Depois de algumas horas, tínhamos mais espaço e mais uma mesa.
Se tem uma coisa que o povo que bebe demais quando vai à praia não sabe, é que a própria praia diz o momento certo de ir embora. Quando o mar começa a alcançar as mesas e o vento balança os guarda-sóis fazendo com que eles voem e machuquem alguém, é hora de levantar acampamento.
Como devia ser nesse cenário "família todo mundo junto e misturado", só conseguimos ir embora quando os adolescentes ficaram emburrados e perturbaram os pais para ir embora.
E quem disse que viver em família não é desafiador?

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Tempo verbal limitado

Quem inventou o twitter não entende e não sabe expressar sentimentos. Não se pode resumir pensamentos, ideias, sentimentos em cento e quarenta caracteres. Onde já se viu uma rede social, inclusive muito usada para protestos e indignações, limitar o quanto e como devo falar?
Que saudade do tempo em que conjugávamos verbos e não twitts.

Eu twitto
Tu twittas
Ele twitta
Nós não sabemos mais conjugar no nosso tempo.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Pai de família

Um pai de família, trabalhador, sai de casa às seis da manhã e só retorna às dez da noite. Reparte suas dívidas com sua mulher, também muito batalhadora, com a vida dividida em plantões e folgas.
Como todo casal, tem o fruto do seu amor realizado em um filho homem que, agora crescido, frequenta a faculdade, como qualquer outro jovem.
Toda história, na sua capa muito perfeita, esconde algo, um porém e muitas mágoas. O que um desses membros de família deixou pra trás? 
O pai, hoje tão unido à sua esposa e filho, tenta compensar a família, já que foi fraco para assumir outra no passado. Existem frutos do amor e existem lições de vida, todos eles são filhos, o que vai diferenciá-los são as circunstâncias e o que você faz com aquele que Deus te confiou.
Esse pai, separou-se há muito de uma mulher com quem teve uma filha, atualmente, uma mulher. A distância acabou com o que poderia ter sido. Embora os tropeços da vida os tenha separado, não há nada pior do que a distância fraterna, aquela que faz o outro cair no esquecimento. A distância física também atrapalha, dói e rompe de maneira bruta, mas o estar longe no coração é muito pior.
O que essa filha e esse pai fazem, agora, depois de 30 anos de separação? Sabem da existência um do outro, se encontram nas festas de família, se chamam de pai e filha, trocam presentes, mas depois, nunca mais se procuram.
É simplesmente um :"Eu poderia até ligar pra saber, mas deixa pra lá." Acostumar-se com a ausência do outro é uma banalidade triste e, de vez em quando, a gente até se dá conta do que está fazendo ou do que deixou de fazer, mas deixar como está parece melhor.
A vida tem um humor que só os inteligentes sabem apreciar, a história de vida dessa filha com esse pai, nada mais é do que a repetição do que sua mãe vive com seu avô. E, conforme as gerações vão passando, a história vai se repetindo, talvez porque seja o destino ou até por falta de parâmetro na escolha desses pais pelas mães. Vai saber? Cada um tem a sua prova de fogo, talvez mudemos o roteiro de uma novela tão sofrida ou até nos acostumemos com ela.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O crime do amor compensa

Me considero uma mulher inteligente. A única coisa que ainda me emburrece é o amor.
É que o coração ainda insiste em ser meu inimigo, embora eu ainda seja sempre sua melhor amiga. Ele se aproveita da preferência que dou. Mas, quem disse que a gente é reconhecido pelo bem que faz?
Deixa, coração, pode me pisar, colocar armadilhas pra eu tropeçar. Eu sei que, um dia, ainda vou ter minha recompensa.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014











O mundo tá passando por um momento de grandes mudanças e, posso dizer com muita alegria, que são mudanças boas. Finalmente, o ser humano está tendo a oportunidade de ver manifestações de tudo que sempre foi tabu, e isso nos mostra que é hora da aceitação. Aceitação de si mesmo, aceitação do outro e que tá na hora também de se preocupar com coisas mais importantes no planeta.
Significa que existem questões muito gritantes e, que afetam a todos nós, enquanto estamos por aí julgando o outro e, sequer cuidamos das nossas próprias questões.
Essas atrizes, que fizeram essa sessão de fotos em protesto a favor de si mesmas, a favor da beleza e de ser mulher, estão aproveitando sua força na mídia e aceitação pelo público para representar tantas outras mulheres que não se gostam, não se aceitam, ou por força da ditadura da sociedade ou por quem tá sempre perto criticando.
A beleza vai muito além do que as pessoas pensam que é o comum ( vejam minha primeira postagem "Amar é normal"). Ainda bem que estamos saindo do normal e criando nossas próprias regras sem desrespeitar o outro, porque é isso que tá faltando: mudar e aceitar.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Coragem X Covardia: um jogo injusto.


Coragem versus covardia, eis o nosso campo a ser explorado. Por mais que essa possa ser uma rivalidade comum na vida das pessoas, vamos abordá-la dentro do sentimento mais complexo e procurado: o amor.
Não quero aqui fazer uma menção direta à guerra dos sexos, mas a verdade é que nos relacionamentos amorosos, as mulheres se jogam de um penhasco enquanto os homens, ainda estão colocando os pés de mansinho na água pra ver se é fria.
Pode parecer paradoxal, mas, ao mesmo tempo que, nós, mulheres, somos sonhadoras, também sabemos lidar muito bem com a realidade. Escolhemos quem merece nosso sofrimento e lágrimas, caso elas venham, escolhemos os defeitos que mais relevamos para conviver pelo "resto de nossas vidas" (ou enquanto isso durar).
Enquanto isso, eles demoram para entrar em um relacionamento sério, transformam dedicação e lealdade em um bicho de sete cabeças, mas insistem em dizer que são o lado racional da relação. E, no momento em que decidem que não dá mais pra ficar junto, esperam a mulher perceber ou até mesmo fazem com que ela decida. Parece até que o fato de não ter dado o primeiro passo vá perdoá-lo da responsabilidade do fim, e, na verdade o primeiro passo já foi dado por ele, só não houve o diálogo. Afinal, dialogar é com as mulheres, não é? Gostamos de uma "D.R", mas sabemos jogar limpo como ninguém.
Vocês não vêm histórias por aí de mulheres que não tinham coragem de terminar o relacionamento e esperaram por eles para perceber. Até porque eles são ruins em perceber sinais sutis. Quando a gente não quer mais, não suporta conviver com aquele incômodo, sabendo que o outro já não nos faz feliz.
Jogamos limpo no amor, mesmo que a sinceridade, nos dias de hoje, ainda não leve a vantagem ou não seja bem vista. Falamos tudo, abrimos nosso coração. E ainda assim, sabemos que para eles falta a maturidade de admitir o que fazem ou o que sentem.
Sexo frágil, sonhadoras, mas com um pé na realidade, que ainda nos faz acreditar que o momento do fair play, do jogo equilibrado vai chegar. Enquanto isso, vamos escolhendo entre defeitos pra jogar nossos corações e futuras tristezas.
E, no final, tudo bem dizer que eles não eram nada do que achávamos que era, só precisamos admitir que nem sempre foi o outro não mudou, nós é que mudamos e, talvez, tenhamos fantasiado o tal príncipe encantado.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014



"Além de tudo, mulher tem um buraco a mais para administrar." (Rita Lee)


Não adianta ser linda se não tiver um pouco de loucura. Rita Lee está aí para provar isso.
Invertida, pervertida, divertida e jamais convertida. Seja o que for, ser uma mulher, "mulherão" mesmo, sabe? É um pouco de tudo: ter a loucura na cabeça, um rosto gracioso, ser doce e ao mesmo tempo ser você mesma pra ninguém deixar de duvidar. Amem ou deixem-na, a mulher bem resolvida não abre mão de ter valores, raciocinar tudo que se passa ao redor e, principalmente de mudar de ideia.
Mutante, mulher, ovelha negra, todas numa só. E, conforme você envelhece, suas verdades afloram. Não é que gente velha perca o bom senso e fale o que quer, é que quando a gente já viu e viveu de tudo, fica de saco cheio de ser plateia morna.
Quem consegue descrever tão bem a diferença entre amor e sexo, sobrevive ao amor de um doce vampiro e já curtiu um banho de espuma, não precisa mais viver nos jardins da babilônia. Consegue sair de tudo numa boa e ainda pede desculpas pelo auê.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Cada livro é uma vida nossa na história do outro.

Como dica de leitura, deixo pra vocês os títulos: "O vendedor de sonhos" (Augusto Cury), "Todo dia" (David Levithan)

Livros sempre fizeram parte da minha vida. Entretanto, de uns tempos pra cá eles começaram a ser mais do que isso, tornaram-se uma companhia indispensável. Todo livro é uma forma que a gente encontra de entrar na vida do outro, mas sem invadí-la. 
Olhamos com respeito e muitas vezes nos identificamos, porque quando compramos um livro não esperamos dele só a história do outro, mas a nossa contada por alguém que nem faz ideia dos nossos medos, sonhos ou frustrações. Faz bem para o nosso ego ver uma história como a nossa sendo contada para milhares de pessoas sem sermos expostos. Não fazemos ideia que, em nossas prateleiras, temos biografias e não apenas contos e histórias. 
A leitura vicia, acalma, anima, nos dá coragem pra enfrentar mais um dia, afinal, sabemos que ainda existem loucos como nós, que buscam um mundo com mais leveza e talvez menos realidade, menos exatidão. A leitura é solitária e ao mesmo tempo solidária. Emprestamos um livro na esperança de que aquelas páginas levem algo de bom, inspirador e, principalmente, que traga mudanças para o outro. É impossível sair de um livro sem ser transformado.
Em uma sexta-feira à noite, minha mãe me chamou pra sair, ir à um barzinho, ver gente. E eu respondi: "Lá fora estão as pessoas, mas aqui dentro estão os livros." Nem sempre estamos com vontade de barulho, gente e flertes, apenas sossego, profundidade para nossos dias tão rasos de humanidade.
Páginas ainda me fazem voar e, enquanto eu puder visitar vidas, histórias e fazer delas minha bagagem, saberei respeitar o outro, compreender e me tornar uma pessoa melhor. A gente sempre espera o melhor das experiências, ainda que as cidades estejam lotadas de gente vazia.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Nem tudo que alimenta a alma enche o nosso estômago, mas fomenta nossos sonhos.

 
Foi essa a frase que veio na minha cabeça ontem, antes de dormir. Aliás, é nesse momento que surgem os questionamentos, certezas, coragens e tantos outros sentimentos que, durante nosso dia, nem temos tempo de pensar.
Pensei nisso porque andei analisando minha vida e vivo brigando com o racional e o emocional, principalmente no que diz respeito ao trabalho ou como queiram chamar: trampo, ganha-pão, etc. Trabalho com números durante a semana ( quem diria? logo eu, que sempre detestei a matemática!), sou bancária e não posso reclamar do meu salário para minha idade e dos benefícios que tenho. Ajudo minha mãe em casa, vivo com ela, tenho menos custos e já consegui comprar meu próprio carro, além de ter pago minha faculdade sozinha. Mas, todos os dias quando acordo posso dizer que não sou feliz com o que faço, me sinto carregando um peso, arrastando uma bola de ferro no pé.
Sabe o que me deixa feliz? Cinema, escrever, fotografia, dança, enfim, todo um lado artístico que o meu hemisfério direito do cérebro insiste em evidenciar.
Sou formada em Publicidade e Propaganda, estudei algo que me fascina, embora seja um mundo muito cruel, com mercado de trabalho fechado, só para aqueles que são peixes grandes. Mas, um dia já pensei que seria uma das exceções, que conseguiria um emprego na área ganhando pouco e que depois fosse ser reconhecida pelo meu talento e esforço.
Bem, a parte de conhecimento humano, como a de um comunicólogo, não tem nada de exato, pelo contrário, está sempre flutuando, esperando e criando novidades e caminhando ( ou pelo menos tentando) com as mudanças do ser humano.
Minha mãe vive dizendo que tenho que estudar pra concurso. Mas, alguém já viu os concursos pra Publicidade? Sinto muito, mas cada vez que sento pra estudar leis e artigos, me dá embrulho no estômago, não sirvo pra isso. Amo estudar, sempre fui aplicada, mas quando estudo o que gosto, posso ser brilhante.
Gosto de toda essa diversidade, problemas, sonhos, frustrações e desejos que a humanidade tem, me fascina. E da complexidade das pessoas podem sair belos diamantes.
E números complexos? Desculpa, mas quem disse que eles existem na matemática, não conheceu o ser humano pra saber o que é complexidade.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Amar é normal

Hoje, durante uma cena de final de novela polêmico, debati (isso mesmo, debati!) com um colega de rede social a respeito de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. 
A criatura fazia menções à Russia com deboche em relação ao beijo. Esse conseguiu, além de ser preconceituoso, confundir um gesto que é cultural e nada tem de sexual.
Enfim, a questão é que ele também quis dizer que muita gente defende, mas ninguém gostaria de ter um filho(a) gay. O meu primeiro comentário foi: "Gostaria que meu filho fosse feliz." E ele rebateu dizendo que ele não disse que não aceita, mas não acha normal, pois cada um faz o que quer da vida. 
É, porém, o que é normal, afinal? Sim, a norma, como o próprio nome diz, veio da sociedade em que vivemos, que diga-se de passagem, ainda é bem machista, retrógrada e tem medo de mudanças. Porque mudar exige que o ser humano raciocine e, para alguns, mudar de opinião é vergonhoso, acham que têm que se manter firmes até o fim (ah! mudar uma opinião é vergonhoso, mas ficar em cima do muro,não,né? Mas, isso é assunto para um outro post.)
O amor foi feito para ser sentido, independente de cor, sexo, religião ou classe social. Parece clichê falando assim, mas vamos voltar um pouco: na época da realeza não era permitida a relação entre duas pessoas de classes sociais diferentes, porque uma tinha nascido para servir enquanto a outra para mandar e a relação não poderia ultrapassar disso. E hoje? O que a gente acha desse tipo de pensamento? Graça, né? Respeitamos por ser uma outra fase da sociedade, mas não faz mais sentido nenhum. O mesmo( tenho fé) que vai acontecer com as relações entre homossexuais, trans e afins( e já evoluímos bastante).
Eu, na minha limitada, mas esforçada compreensão de ser humano, espírito e seres vivos em geral, acredito que essas relações, vieram para nos ensinar a nos respeitar enquanto seres humanos, com todas as diferenças e que todos têm direito de viver como quiserem.
Aí o boçal que debatia comigo, veio falar em diferenças hormonais e fisiológicas, em perpetuação da espécie, mas que continuava a concordar que cada um vive do jeito que quiser.
E o grande problema do ser humano é esse, enquanto não soubermos compreender o amor fora da esfera física, jamais seremos felizes. 
E quanto a perpetuar a espécie, digo que a humanidade já perpetuou demais a sua e sem controle, por isso, existem tantas crianças esperando pela adoção de gente que saiba dar amor, mesmo que sejam do mesmo sexo.